quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Depois Que O Livro Se Fecha... O Turno Da Noite 2 - Revelações (André Vianco)


O Turno da Noite - Vol. 2Nesta sequência um misterioso vampiro que ronda os quatro amigos do Turno Da Noite, lhes revela as verdadeiras intenções  do ancião Ignácio e da Agência Jugular, que está muito mais para o crime do que para fazer justiça. Nesta obra, Vianco ainda nos presenteia com a história da bela vampira Calíope, que praticamente vale um livro a parte.
















Na Minha Opinião De Merda... Como eu havia previsto,o primeiro livro era exatamente uma introdução e não poderia ser avaliado separadamente. Agora que já li sua sequência "Revelações" posso afirmar que o primeiro volume foi uma boa introdução e que está sequência também é muito boa e tem um bom desenvolvimento. Os quatro amigos que formam o chamado Turno Da Noite, já não são personagens tão bundões como antes, dois personagens bem legais aparecem para dar mais suspense a trama, esses dois são o vampiro Samuel, um original que perdeu sua alma para o Diabo e Gregório, um anjo que carrega uma espada flamejante e mortal. Mas o ponto alto deste livro é a história de Calíope, uma escrava da época do Brasil Colônia que acaba tendo um destino mais desgraçado ainda, ou não... Os capítulos que narram sua história são bem compridos e as vezes um pouco cansativos, mas são bem desenvolvidos e envolventes. O ponto baixo, na minha opinião continua sendo o mesmo do primeiro livro, a pouca ou mesmo miníma abordagem dos caçadores Dimitri e Tobia, pois uma história de vampiros sem caçadores fica meio chata para mim. Mas no geral, Revelações é uma boa sequência e também deixou boas expectativas para o terceiro e último livro. Leitura recomendada. 





" Tá meio difícil de ver o Dimitri e o Tobia arrancando cabeças de vampiros..."

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A Leitura Para Escapar Da Realidade...

 Por Jeff_JunKHead









A leitura é o melhor exercício para o cérebro, para não deixarmos a nossa massa cinzenta ficar preta e apodrecer de vez. Mas a leitura é ainda melhor para simplesmente escapar. Escapar de que? Aí depende do que se quer fugir. Sinceramente, nem todas as pessoas são felizes, nem todos tem o emprego dos sonhos, nem todos vivem aventuras todos os dias ou se apaixonam por princesas ou príncipes encantados numa lanchonete ou numa trombada na rua. Muito pelo contrário, a maioria tem empregos chatos, alguns nem isso tem, dívidas, ônibus cheio, aluguel, problemas familiares, depressão e todas as coisas que nos fazem ser meras pessoas comuns assim como você e eu amiguinho. E a realidade é que cada um quer pelo menos por um breve tempo esquecer essa merda toda, e cada um tem uma maneira diferente de escapar, uns se afogam na bebida, uns nas drogas, outros vão a igreja e se apoiam a algo maior que lhes possa sustentar e amenizar seu sofrimento. Eu sinceramente entendo, desde o alcoólatra até fanático religioso, todos precisam se esconder um pouco, fechar a porta na cara vida e fingir que a campainha não está tocando. Eu particularmente, prefiro abrir um livro e mergulhar de cabeça. Sabe, quando estou lendo, vivo mil vidas, não sou apenas mais um, estou sentado na primeira fileira de aventuras e dramas. Por alguns minutos ou horas, não quero saber se tem conta pra pagar ou se não tenho emprego, eu quero mais que a vida real se foda, eu quero viver uma vida diferente, uma vida nova, sentir o que o personagem sente, ser o que o personagem é, e sentir que o escritor fez aquilo especialmente para o leitor, porque talvez ele saiba de é isso que as pessoas precisam, de um pouco de fantasia, porque a realidade é cruel muitas vezes. Mas quando fecho o livro a abro a porta para a vida entrar, eu com certeza estou melhor e pronto para encará-la. Isso ajuda a enfrentar um dia ruim, se divertir assistindo uma partida de futebol ou ir com a família no parque. As coisas, boas ou más se tornam mais fáceis de encarar, pois, eu sei que mais tarde eu tenho um encontro marcado com um mundo distante e infinito chamado imaginação, e é isso que me faz feliz.



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Depois Que O Livro Se Fecha... O Turno Da Noite 1 - Os Filhos De Sétimo (André Vianco)


Quatro vampiros perdidos, vagam sem rumo pelas ruas de São Paulo após Sétimo seu criador ter sido morto em batalha. Os quatro amigos são acolhidos por um vampiro ancião que lhes promete segurança e conforto em troca de uma só coisa: matar. Mas o trato é matar somente bandidos, mas a estória pode tomar rumos diferentes.Vampiros, lobisomens e claro, caçadores, fazem parte dessa continuação de " O Sétimo".
















Na Minha Opinião De Merda... Bem, eu já tinha pirado lendo a "Saga Vampiro Rei", depois pirei ainda mais lendo "os Sete" e sua continuação "O Sétimo". E claro que não poderia ficar sem ler " O Turno Da Noite" que é a continuação de Sétimo, mas com alguns personagens novos e outros repetidos. Minha primeira impressão foi de repeteco, pois, é muito parecido com Sétimo, os personagens, suas motivações... Mas como todos os livros que citei acima, o começo é sempre meio paradão, mais para conhecer os personagens e se situar na trama. E como esse livro é muito curto e apenas o primeiro de uma trilogia, não quero julgá-lo precipitadamente,pois acredito que seja uma introdução para o desenvolvimento da obra em geral. Os personagens principais que formam o chamado Turno Da Noite, são bem carismáticos, é fácil gostar deles e entender os motivos que os levam a se tornarem assassinos. Os personagens secundários ainda estão um pouco ocultos e misteriosos. Uma coisa de que achei que poderia ter ficado melhor, são os capítulos que tratam de Dimitri e Tobia, os caçadores, eu gostaria que eles tivessem mais aparições neste primeiro livro. Concluindo, esse livro analisado em separado é fraco, mas como uma introdução para mais dois, deixa bastante expectativas para os próximos. Aliás, Vianco é Vianco, ou seja: foda.






Obs.: Os vampiros podem ser os personagens principais e até serem legais, do bem e tudo mais, mas sempre torço para os caçadores mandarem bala de prata na cabeça.

Depois Que O Livro Se Fecha... O Jardim Da Meia-Noite (Philippa Pearce 1920 - 2006)

O Jardim da Meia-Noite



O passatempo preferido de  Tom Long é brincar com seu irmão mais novo no jardim de sua casa, mas devido a uma doença de seu irmão, Tom é obrigado a passar alguns dias na casa de seus tios solitários que não tem filhos e que são inquilinos de um antigo casarão. Nessa velha casa Tom descobre algo que parece ter sido criado somente para ele, um jardim mágico e perdido no tempo.










Na Minha Opinião De Merda... Esse é um daqueles livros em que cada pedacinho que se comenta pode se transformar em um spoiler. Mas o que posso dizer é que comecei esse livro sem nenhuma expectativa, mas logo nas primeiras páginas já fui envolvido pela história. Claro que esse é um livro infanto-juvenil, mas também é indispensável para qualquer adulto. Sabe aqueles momentos em que sentimos saudades da infância, da inocência que víamos em tudo? Pois bem, "O Jardim Da Meia Noite" nos leva nessa viagem direto a essa época mágica. Tom Long é um personagem que foge um pouco do convencional infanto-juvenil, ele não está em busca de aventuras, ou lutando com monstros, tudo o que tom quer é fugir do tédio e encontrar um lugar onde ele possa ficar sozinho e se divertir um pouco, até que ele encontra um sinistro relógio antigo que parece estar esquecido naquela casa velha, onde uma idosa igualmente misteriosa é a única pessoa que parece ter alguma ligação com o relógio. A partir daí a ventura de Tom Long começa. A autora trabalha com maestria o emocional dos personagens, com noções do passar do tempo e da relação das pessoas com a natureza e com a vida. O único ponto de que não gostei é que as descrições das plantas do jardim é bem densa, mas isso passa quase despercebido quando a história nos envolve. Concluindo, é uma obra fantástica, um pouco curta infelizmente, mas com desenvolvimento brilhante e um final emocional. Ainda não vi o filme, mas sinceramente não quero ver, pois essa estória ficou tão marcada na minha mente que não quero misturá-la com a adaptação. Leitura recomendada para quem tem saudades da iinfância ou para quem já se esqueceu dela.






" O medo fazia Tom se apressar  agora; mesmo assim, parou na soleira da porta e virou-se para olhar as pegadas na grama: elas ainda estavam inteiramente visíveis, embora o calor do Sol nascente estivesse começando a desfazer sua bordas. ( Não lhe pareceu estranho que seus próprios pés, que haviam cruzado o gramado várias vezes, não tivessem deixado marcas parecidas)"

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Depois Que O Livro Se Fecha... O Caso Laura (André Vianco)

O Caso Laura





 O detetive particular  Marcel é contratado por anônimo e enigmático cliente para investigar Laura, uma mulher com o passado obscuro, e o homem que ela se encontra todos os dias. Quando Marcel passa a seguir os passos desse homem, ele se revela mais obscuro e misterioso que a própria Laura, dando início ao suspense.












Na Minha Opinião De Merda... Me tornei um grande fã de Vianco lendo suas obras vampirescas. E quando vi " O Caso Laura" não pensei duas vezes em comprá-lo, mesmo sabendo que não se tratava de vampiros. Eu quis conhecer essa escrita do Vianco voltada para o mistério. Confesso que até um pouco antes da metade eu estava curtindo muito, até mencionei para Thiago, o amadurecimento da escrita de Vianco. Até esse ponto o mistério tomava conta do livro. Os personagens estavam simplesmente enigmáticos e eles não se cruzavam diretamente na trama, os capítulos curtos aumentavam o suspense, mas até que... Um acontecimento entre os dois personagens principais fez a história toda descambar ladeira abaixo. Os capítulos de Lauras se tornaram muito chatos, e os seus diálogos com sua amiga ou com Marcel simplesmente me davam vontade de parar de ler ou de torcer para ela morrer logo. A personagem que era misteriosa no inicio se tornou infantil e bobona depois da metade. Marcel, o clássico detetive de mistérios policiais, se torna um bunda mole. Os personagens secundários são passados para escanteio. A única salvação que encontrei nesse livro foi o personagem Alan, um policial justiceiro que age conforme seus próprios valores. É um personagem fácil de se gostar e que se aproxima mais da realidade entre todo o mistério da trama. Uma coisa que eu sempre acho legal em um livro e que neste o Vianco fez muito bem, foi não revelar ao leitor a cidade ou ano em que se passa a história, mas como sempre as suas descrições de cenários ficaram ótimas. O lado fantasioso do livro não me convenceu muito, no geral, a ideia e as intenções da história são muito boas, mas na minha opinião, os personagens e os diálogos prejudicaram o "todo". 
Continuo fã do Vianco, mas não por isso vou elogiá-lo sempre, aliás acho que as críticas são mais construtivas do que a simples puxação de saco, ou simplesmente esse é um ótimo livro e que eu apenas não gostei. Mas vale a recomendação pelo autor, que para mim, fã de terror e mistério, é o melhor escritor brasileiro no seu estilo.






"Não obstante, mesmo com todo nosso empenho e poder, falhamos. Nem sempre as coisas saem como queremos, nem sempre temos toda a força necessária para aliviar o fardo de nossos alvos, nossos protegidos."

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Homem-Máquina - Max Barry

Charles Neumann é engenheiro e trabalha em um sofisticado laboratório de pesquisas. Ele não tem amigos ou qualquer tipo de habilidade social, mas ama máquinas e tecnologia. Por isso, quando perde uma das pernas em um acidente de trabalho, Charlie não encara a situação como uma tragédia, mas como uma oportunidade. Ele sempre achou que o frágil corpo humano poderia ser aperfeiçoado, e então decide colocar em prática algumas ideias. E começa a construir partes. Partes mecânicas. Partes melhores.

Na Minha Opinião de Merda... Uma das estorias mais bizarras que já li na vida, mas não digo isso de uma forma negativa, pelo contrario, esse é um daqueles livros que te faz parar e pensar em alguns conceitos que fogem completamente de nosso cotidiano, nos faz pensar ¨fora da caixa¨. Max Barry extrapola a idealização estética que habita o pensamento contemporâneo, explorando a transformação  do ser em objeto. Mas a discussão aqui foge um pouco do velho debate da superficialização do homem moderno, e foca-se mais na relação estética vs praticidade. Em uma sociedade em que a máxima, podemos dizer , é ¨tempo é dinheiro¨, o imediatismo inerente a nossa cultura capitalista, a troca do rebuscado pelo pratico parece ser algo extremamente plausível, e até mesmo uma evolução natural. ¨Substituir¨ é a palavra de ordem nessa obra. Porque Apostar na ineficiência biológica de nossos corpos, quando podemos realizar ¨upgrades¨ que tornariam nossas capacidades medíocres em exemplos de eficiência? Essa é uma das questões que são desenvolvidas de forma bastante interessante, com um dinamismo que torna a leitura fácil e rápida. Max Barry trabalha sua estoria em um escopo de ficção cientifica, mas acaba flertando também com o nonsense, o que gera uma mistura interessante, metamorfoseando sua criação em uma especie de ¨proto cyberpunk¨, o que acabou suscitando algumas referencias na minha cabeça durante a leitura. Enfim, um livro bem diferente, com umas invencionices malucas, mas que são muito bem vindas pra quem acompanha o marasmo criativo dos dias de hoje.

¨Quando criança, eu queria ser um trem. Não percebia que isso era incomum - as outras crianças brincavam com trens, não queriam ser um - gostavam de construir trilhos e impedir que os trens saíssem deles. De vê-los passar por tuneis. Eu não entendia isso. O que eu gostava era de fingir que meu corpo era composto por 200 toneladas de aço, impossível de ser parado. De imaginar que eu era feito de pistões, válvulas e compressores hidráulicos.¨

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Meu pequeno leitor

Por Jeff_JunKHead


Quando estou em casa, tenho o costume de ler deitado no sofá e com um travesseiro, no outro sofá minha esposa assiste a novela enquanto meu bebê de um ano e meio fica brincando na sala com seus brinquedos. Certo dia levantei para ir ao banheiro, o danadinho pegou o meu livro que deixei no braço do sofá e o resultado foi essa cena:


Peguei o primeiro celular que vi e registrei o momento. Quando cheguei por trás, percebi que o livro estava de ponta cabeça e ele fingia que estava lendo em voz alta. Ele passava as páginas  amassando uma por uma e fingia ler falando "bababa" e outras palavras na língua dos bebês. 

Ao mesmo momento que fiquei feliz, uma tristeza se misturou a minha alegria e fiquei meio estranho. Fiquei pensando o quanto eu servia  de exemplo para uma criança tão pequena. Essa bela imagem, que nunca mais vai sair da minha mente me fez pensar que, para esse pequeno ser que me chama de "papai" e adora um biscoito recheado, não importa nem um pouco se eu acordo de mal humor, se estou sem grana, sem trampo, não se importa quais são as marcas das minha roupas, qual a imagem que passo para a sociedade, se tenho carro ou ando de ônibus, se sou bonito ou feio, se as roupinhas que compro pra ele são caras ou não. A única coisa que importa para ele é o quanto sua mãe e eu o amamos. Por enquanto ele chora por pequenas coisas, como um biscoito, um pirulito, um desenho na TV, ou mesmo por atenção. Coisas tão simples e pequenas que as vezes não damos valor, e que podem valer mais que nosso celular ou nosso tênis caro. Para essa sociedade consumista em que vivemos hoje em dia, eu posso não ter valor nenhum, mas nesse momento eu percebi que sou exemplo para uma criaturinha inocente que ainda enxerga esse mundo com inocência e curiosidade. Diante desse mundo animal e cruel lotado de gente que não vale o ar que respira, eu vou ter que criar meu bebê, ensiná-lo o certo e o errado, e eu espero que esteja fazendo a coisa certa. Mas uma coisa eu acabei de aprender, enquanto eu tiver importância para o meu bebê eu tenho por obrigação fazer deste mundo um lugar um pouco melhor, e isso começa pelos meus exemplos.




O Lucas tem um ano e sete meses e adora sentar no meu colo para juntos lermos em "bebenês" seus livrinhos infantis.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Quebrando meus preconceitos literários: Paulo Coelho

Por Jeff _JunKHead



Quando somos jovens achamos inocentemente que seremos jovens para sempre, vemos o mundo de forma diferente, vemos mais caminhos do que obstáculos. cara, como isso era bom. Eu imaginava que usaria camisas de banda e All Star até a velhice, imaginava que seria um revolucionário como o Che, imaginava que nunca iria me submeter ao sistema e imaginava que nunca, mas nunca mesmo iria ler algo como "Paulo Coelho", esse escritor de meia tigela que escreve para donas de casa e pessoas que gostam de livros de auto-ajuda. Bem... As coisas mudam, as pessoas mudam e eu mudei, e mudei muito. É claro que tudo que amamos na nossa adolescência nunca se perde, pelo contrário, guardamos com carinho e saudades algumas coisas e outras levamos para toda vida. Mas quando passamos dessa fase, aprendemos a "aprender", a abrir a cabeça para novas coisas e percebemos que não somos o centro do universo, aprendemos que o sistema é indestrutível, mas o mais importante de tudo é que aprendemos a amadurecer e com isso a quebrar certos preconceitos.

Sempre condenei Paulo Coelho como escritor, olhava torto para seu livros, e achava ridículo ver pessoas lendo seus livros no metrô. Certo dia ouvindo um Nerdcast que o entrevistava, eu vi que se tratava de um cara divertido pelo menos, mas eu parei e me perguntei: Mas qual o motivo dessa raiva? Não sei. Eu já li alguma obra dele? Não. E então concluí: Nossa que idiota que sou, não é esse preconceito sem motivos que vou ensinar para meu filho, de jeito nenhum.

Então, meio que por curiosidade, meio que por culpa, decidi ir até o Sebo do bairro e voltar com um livro do Coelho, que era "O Diário De Um Mago". Quando cheguei em casa e folhei o livro, vi uns exercícios que a primeira vista me pareceram muito sinistros. Liguei para meu camarada Thiago e disse exatamente assim: Nem fodendo vou ler essa porra, vou passar para alguém. Acabei não dando o livro e o estacionei na estante. Mas certo dia, antes de dormir, por impulso mesmo, peguei o livro e comecei a ler, bem decidido mesmo, e logo no começo vi que meu preconceito era baseado no que os "outros" falavam, e percebi o quanto eu estava sendo burro por não tirar minhas próprias conclusões e que provavelmente esses "outros" também se baseavam em palavras de outros e assim por diante.
Eu, "eu mesmo dessa vez" sempre acreditei que aprendemos muito com um livro, independente de qual obra ou autor, de ficção ou não, sempre que acabo um livro eu sinto que mudei um pouco e adquiri alguma coisa nova dos personagens e suas aventuras. Com " O Diário De Um Mago" não foi diferente, eu era uma pessoa quando minha imaginação começou a trilhar o caminho de Santiago com Paulo e Petrus, e eu era outra completamente diferente quando chegamos ao fim. Aprendi que um pouco dessa esperança juvenil e inocente, não faz mal nenhum e que vale apena resgatá-la de vez quando pra encarar esse mundão de merda. Vou deixar a resenha para depois, porque certamente, esse é um livro que vou reler e reaprender com ele durante minha jornada chamada vida. Tudo o que eu gostaria é dizer ao próprio Paulo Coelho: Mano, li seu livro e achei foda! Muito obrigado por escrevê-lo.


" A busca pela felicidade é pessoal, e não um modelo que possamos dar para os outros"
Petrus

Depois Que O Livro Se Fecha... Um Bonde Chamado Desejo (Tennessee Williams 1911 - 1983)

Um Bonde Chamado Desejo



Sem ter onde ir, Blanche Dubois vai morar com a irmã. A mulher que está com sérios problemas nervosos e de personalidade vê seu mundo entrar em conflito com o de Stanley Kowalski, seu cunhado, rude, brutal e sem meias palavras. Na pequena casa de dois cômodos, Stanley e Blanche, travam uma guerra particular.













Na Minha Opinião De Merda... Comecei esse livro sem expectativas, mas logo nas primeiras páginas fui submerso na trama. Todas as cenas (é uma peça teatral) se passam na pequena casa alugada de dois cômodos de Stanley e Stella, que vivem uma típica vida comum da classe operária americana dos anos 40/50, onde o patriarca é o chefe da casa e a mulher é submetida as regras dessa sociedade. Mas quando Blanche, irmã de Stella, chega quase que inesperadamente de mala feita e decidida a ficar, toda a vida do casal muda, pois, Blanche, uma mulher independente e com um passado obscuro não aceita as regras de Stanley e confronta toda sua virilidade. Ora achamos que ambos estão flertando, ora achamos que vão simplesmente se matar. Stella, fica no meio do fogo cruzado e a principal vítima dessa pequena guerra. No começo do livro, achei que a história iria tomar um rumo "sexual", pois Stanley é um homem rude e viril, dono de seu próprio mundo e Blanche uma mulher misteriosa e desinibida, e  pensei que já tinha matado o final, mas a partir da metade a estória toma rumos surpreendentes que beiram a brutalidade, sensualidade e a loucura. Para quem gosta de histórias realistas sem maquiagens e fantasias, esta obra é perfeita. Um livro pequeno, mas que em todas suas páginas nos dá a certeza de que estamos dentro desses cômodos, ora amando ora odiando seus personagens que se materializam a nossa frente. Leitura mais que recomendada.





sábado, 24 de maio de 2014

Sequência de Clube da Luta

Artigo publicado originalmente no jornal britânico The Guardian (clique no link para acessar a matéria original). 

Sequência de Clube da Luta de Chuck Palahniuk aproxima-se da conclusão. 

Palahniuk tem revelado que o roteiro da graphic novel para sua ¨obscura e confusa¨ continuação de Clube da Luta esta completo.

Quebrando as duas primeiras regras do Clube da Luta, Chuck Palahniuk tem revelado que a graphic novel, sequência para o seu mais cultuado livro esta progredindo a passos largos. 

O bestseller e controverso escritor americano, anunciou em julho para uma audiência de fãs de quadrinhos, que ele estava escrevendo uma ¨obscura e confusa¨ continuação para Clube da Luta, que se passa ¨10 anos depois do suposto fim de Tyler Durden¨. 

¨Atualmente, Tyler esta contando a estoria, escondido dentro do Jack, e pronto para lançar um retorno. Jack esta absorto. Marla esta entediada. O casamento deles encalhou na costa rochosa do tédio suburbano da meia idade. È só quando o filho pequeno deles desaparece, sequestrado por Tyler, que Jack é arrastado de volta, pra dentro de um mundo de auto destruição¨.

Agora Palahniuk tem dito em seu fansite oficial que seu ¨roteiro¨ para a sequência foi enviado para o escritor Matt Fraction, e para ¨um editor anônimo para review¨, e que será composto de sete questões. ¨Matt escreve sua própria serie chamada Sex Criminals e faz isso muito bem¨. Escreveu Palahniuk.¨Ele tem me aconselhado sobre formato e outras considerações de roteiros de quadrinhos. Eu estarei escolhendo um ilustrador baseado em suas respostas ao roteiro. A sequência irá consistir de sete questões, totalizando mais de 210 paginas. Dedos cruzados¨. 

Fraction twittou: "#fightclub2 #ohyeahitsfuckinghappening" (¨#clubedaluta2 
#ohyeahporraestaacontecendo¨). Ele também escreveu para seus seguidores ¨Qual é a primeira regra do Clube da Luta?¨, fazendo referencia a famosa passagem do livro: ¨A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala do Clube da Luta¨.

Palahniuk anteriormente expressou reservas em apresentar a continuação, que ele diz estar passando pela sua cabeça há anos, no formato de uma graphic novel. ¨Minha única preocupação é em apresentar isso na forma de uma graphic novel¨, ele disse a Hustler Magazine.¨O meio molda a mensagem, e eu vou estar reaprendendo como contar estorias. A minha tendencia é segurar a trama toda na minha cabeça até que eu tenha medo de esquece-la. Uma vez que eu começo a escrever, eu não consigo parar. Essa agitação febril, mal alimentado, escrevendo no limite da exaustão, é a única parte do processo que eu temo.