segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quem é o idiota?

   Sabem todas aquelas piadas de português que rachamos o bico. Aquelas em que insinuamos que os portugueses são burros, e aquela sobre os nordestinos, sobre os gaúchos, e aquelas hilárias sobre os japoneses de que o piu-piu deles é pequenininhho, sobre os paulistas estressados e puxa saco, e os cariocas malandros que tiram vantagem de tudo... Pois bem, sabem qual é a graça? Bem a graça é que nós brasileiros, um povo alegre e acolhedor, não sabemos fazer outra coisa a não ser apelar para a piada. Os políticos roubam e nós fazemos piadas, os portugueses evitam termos americanizados e dão valor a sua língua e sua história, a seca mata crianças e nós fazemos piada com o nordestino, os gaúchos defendem seu hino e seu estado e nós fazemos insinuações baixas e os chamamos de separatistas, os japoneses são os primeiros em tecnolgia, mas e daí? Nosso piu-piu é maior! Pois é, nossa educação pública, saúde e segurança são comparáveis a de países miseráveis, nossa cultura pop é praticamente toda importada, e nosso "país é um país de todos", onde cada vez mais dividimos espaço com estrangeiros que indireta ou diretamente nos forçam a trabalhar para eles, enquanto discriminamos nosso próprio povo, enquanto nos filiamos a torcidas organizadas e vamos ao aeroporto xingar os jogadores, enquanto enfrentamos transportes desumanos e aceitamos tudo calados, sabem por quê? Por que a educação que recebemos não nos instrui o suficiente para reclamarmos nossos direitos, porque o povo nasceu para enriquecer os ricos, afinal a vida é assim mesmo não é?! No final, só conseguimos fazer piada atrás de piada, e o pior é que pensamos estar rindo dos outros enquantos rimos de nós mesmo enquanto assistimos a Zorra Total na Rede Esgoto de Televisão. Sabem quem é o idiota? sou eu, você e o povo...

domingo, 16 de setembro de 2012

Depois Que o Livro Se Fecha... Recordações da casa dos mortos ( F. Dostoiévski)

   Recordações da casa dos mortos representa o início da fase madura de Dostoiévski. É uma obra mais vivida do que imaginada. Foi escrita após ser preso e deportado para a Sibéria acusado de conspiração contra o Czar. Durante quatro anos Dostoiévsk viveu na "casa dos mortos", onde ladrões, assassinos e presos políticos (nobres) viviam no mesmo espaço.




Minha Opinião de Merda:
   Não sou critico literário, apenas apaixonado e viciado nas loucas viagens que esses papéis e tinta me proporcionam. Aliás, odeio toda forma critica que diminua um trabalho cultural de alguém. E claro, só um idiota se atreveria a falar mau do Dostão.
   Bem... Então vamos nessa! Alexandr Petrovicth, é um ex-nobre consciente de seu papel de preso, acusado por um crime que por alto seria o de ter assassinado sua esposa, mas em que momento nenhum o próprio personagem relata qual é o seu crime. Logo de início, Alexandr, em suas primeiras impressões, se surpreende, pois o presídio é o primeiro lugar em que vira quase duzentas pessoas alfabetizas juntas num mesmo local. Isso porque o presídio contava com presos politícos (nobres), militares e alguns civis alfabetizados.
   O presídio em alguns aspectos tem as mesmas caracteristicas que vemos em filmes e jornais, como presos separados por classes, raças, crenças e nacionalidades, suborno a guardas, contrabandos e claro uma força opressora de comando. Mas quando analisamos outros aspectos peculiares, lembramos que estamos na Sibéria em 1842. Os presos são acorrentados nas mãos e pés durante toda sua vida na prisão; eles não ficam em selas e sim em alojamentos; possuem animais de trabalho e até de estimação que chegam por vontade própria; e saem do presídio para realizar trabalhos forçados ou mesmo oficios que aprendem na prisão. A todo momento nos surpreendemos com a narrativa sobre o cotidiano e os locais onde os presos vivem e como vivem. Esse é um dos pontos que mais gostei na obra.
  Quanto ao personagem, Alexandr é praticamente um fantasma, vagueia pela prisão, apenas a observar, é curioso e atento e ao mesmo tempo consegue se manter longe dos presos "comuns" que se separam dos "nobres". Para mim, o mais fascinante na obra é que ela não se baseia na vida de Alexandr, que aliás não sabemos nada! E sim na vida anterior dos outros presos, Alexandr, quase sem esperança e angustiado tem a necessidade de conhecer a história dos outros. É quando percebemos a principal caracteristica de Dostoiévski, seus persogens são reais, o povo e os despercebidos são seus personagens e nos momentos de desespero, tristeza, raiva e raras alegrias partilhamos os mesmos sentimentos, pois nos sentimos próximos a eles.
   Pra encerrar, um livro ótimo e totalmente recomendável.

Depois Que o Livro Se Fecha...O Pistoleiro (Stephen King)

Este livro é o primeiro dos sete volumes de série A Torre Negra, obra mais ambiciosa do escritor Stephen King. "O Pistoleiro" apresenta ao leitor o fascinante personagem de Roland Deschain, último descendente do clã de Gilead, e derradeiro representante de uma linhagem de implacáveis pistoleiros desaparecida desde que o Mundo Médio onde viviam "seguiu adiante". Para evitar a completa destruição desse mundo já vazio e moribundo, Roland precisa alcançar a Torre Negra, eixo do qual depende todo o tempo e todo o espaço, e verdadeira obsessão para Roland, seu Cálice Sagrado, sua única razão de viver. O pistoleiro acredita que um misterioso personagem, a quem se refere como o homem de preto, conhece e pode revelar segredos capazes de ajudá- lo em sua busca pela Torre Negra, e por isso o persegue sem descanso.

Minha Opinião de Merda: A primeira coisa que você pensa quando esta lendo esse livro é: ¨Que porra ta acontecendo?¨. O texto é realmente confuso, Stephen king se utiliza de alguns flashbacks que deixam o leitor um pouco deslocado na historia, mas ao mesmo tempo gera uma grande dose de mistério, ao terminar o livro você se da conta de estar vivenciando um mundo de grandes possibilidades, e que fica ainda mais intensificado na parte derradeira, quando algumas explicações pseudo cientificas (com todo o sub texto envolvendo o conceito de tempo, e universo) são jogadas na cabeça de Roland. O desenvolvimento dos personagens nesse primeiro volume se da de uma forma um pouco rasa, principalmente o protagonista, em nenhum momento se sabe qual sua real motivação, ou o porque da sua busca pela torre negra. Mesma coisa o homem de preto, não se sabe ainda qual a real importância dele na trama, o que ele é, ou de onde veio. Entretanto vale ressaltar a densidade do universo criado, a sensação que se tem é de estar embarcando em algo grandioso. Enfim, o livro deixa muitas perguntas e quase nenhuma resposta, logo é impossível analisa-lo como uma obra única, tem de se pensar nele apenas como uma leve explanação, um pequeno fragmento de uma obra épica.

sábado, 15 de setembro de 2012

Cão de Caça

Mantenho-me em seu rastro como um cão de caça
Alvejando encontrar qualquer resquício que te torne visível
De qualquer forma você se dilui em um lugar violento
Transformando amor em comunicação
Submerso em um filme escuro seu sorriso sincero é apenas tristeza
Escondida em metáforas que há torna indolor
A dois passos da lama você se pergunta
Há tempo para ser insignificante?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Nova Pele

Há uma milha de distancia você vai me ver
E então irá sorrir
Esperando alcançar nossa utopia
Em drogas escondidas
Eu vou como fragmento de um vício
Você vem como o oráculo de Delfos
Distanciando-se do veneno como um ladrão coronário
Não pense nem hesite
Encontre o salvador de vestes sujas
Remonte outra vez um circulo perfeito
Infecte minha ferida aberta
Recrie uma nova pele para nós

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Conversas Mortas

Deslocado na curva das conversas mortas
Todas as vozes que me entediam
Mantido envolto no espectro da misantropia
Descanso minha química e me sinto bem
Em estado comatoso me mantenho distante
Impregnado com uma mascara de feições superficiais
Carne e ossos se definem no espelho
Não se enxerga a essência na ponta de um precipício