sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Anestesia



Arrastando-se com melodias desafinadas, eu descrevo sua queda
Num espaço vazio somos iguais, logo não somos nada
Com contornos de arrogância, você faz questão de dizer
Que seu mundo me absorveu em toda minha essência

Cada fonema que sai da sua boca me deixa doente
Alivie a pressão com uma dose de Valium por favor
Durante todo esse tempo estivemos construindo em um espaço vazio
Somos arquitetos de ideias, abençoando animais infectados

Conte até três e tudo ficará bem
Você já está inserido em um ideal
Seus sonhos serão calmos agora
Um sorriso e um aperto de mão, sim, estamos evoluindo...


Depois Que o Livro Se Fecha...Quebra de Confiança (Harlan Coben)


   No primeiro caso de Myron Bolitar, Harlan Coben nos faz mergulhar na indústria do sexo e nos negócios escusos por trás da contratação de grandes atletas. Este é um momento importante na carreira de Myron Bolitar. Depois de agenciar alguns atletas pouco conhecidos, ele agora é o empresário de Christian Steele, a maior promessa do futebol americano de todos os tempos. Talentoso, bonito, centrado e carismático, tudo indica que o rapaz também poderá arrematar milhões em contratos de publicidade.
    Mas, ao mesmo tempo que vive o auge na carreira, Christian enfrenta um drama na vida pessoal. Um ano e meio atrás, sua noiva, Kathy Culver, desapareceu subitamente e, exceto pelos fortes indícios de que tenha sofrido uma agressão sexual, a polícia não conseguiu descobrir nada sobre sua última noite no campus da Universidade Reston.
   Prestes a ser contratado em uma negociação que pode ser a maior de todos os tempos em sua categoria, Christian recebe o exemplar de uma revista que traz a foto de Kathy em um anúncio de disque sexo. Além disso, o caso acaba de ganhar mais um ingrediente de terror: três dias atrás, Adam Culver, pai dela, foi morto em um assalto bastante suspeito.
    Agora, com a ajuda de Win, seu melhor amigo, Myron tentará impedir que as notícias sobre a ex-noiva de Christian atrapalhem a carreira do rapaz e irá em busca da verdade – doa a quem doer.

Minha Opinião de Merda:

Acabei conhecendo os livros do Harlan Coben através do meu camarada Jefferson, que me emprestou sua copia de ¨Não Conte à Ninguém¨, um puta suspense policial, que chegou até a ganhar uma adaptação cinematografica, com o filme homônimo Frances de 2006 (excelente filme diga-se de passagem). Depois disso passei a correr atrás dos livros do cara, e acabei por adquirir esse, que eu nem sabia que se tratava do primeiro romance de uma serie trazendo o detetive Myron Bolitar. E puta que p... que personagem foda, um cara que não tem medo de dar porrada na hora que o bicho pega de verdade, abusando do tom de deboche e ironia sempre que desafiado, o que lhe rende alguns tapas na orelha em alguns momentos. Não posso esquecer de mencionar ainda um outro cara que é ainda mais foda que Myron, seu melhor amigo Win, que a primeira vista pode parecer um personagem insosso, mas acaba se revelando um cara bem violento, andando praticamente no limiar da psicopatia. Agora sobre a trama, Harlan sabe construir intrincadas linhas narrativas, trabalhando o mistério e o suspense de forma bastante competente, e com uma escrita até certo ponto bastante simples, com um texto rápido e dinâmico, e um ritmo muito regular, a historia não fica maçante em nenhum momento, a leitura flui muito fácil, o que te deixa sempre muito submerso no mundo daqueles personagens. Enfim, pra quem curte suspenses policiais uma ótima pedida.

Pra Ler e Ouvir #3

Pra Ler:

 Charles Bukowski

¨Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas,psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.¨






Pra Ouvir:

Arctic Monkeys (R U Mine?)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Depois que o livro se fecha...O Inimigo Imediato (Ross Macdonald)



 O detetive particular Lew Archer, percorre toda a costa da Califórnia em busca de uma garota que fugiu com o namorado problemático.  Era para ser um serviço simples e até mesmo rotineiro, mas Archer não se contenta somente com o serviço feito, ele precisa se aprofundar nos fatos e invade a vida secreta de cada personagem. Mortes e mais mortes e vários suspeitos. Um romance policial fora do comum e pouco convencional em estilo econômico mas muito violento.

Na minha opinião de merda...

Mais um que encontrei garimpando em um sebo, e mais uma joia rara que dificilmente você vera nas mãos de alguém no metrô. No inicio achei que o livro seria mais uma obra de romance policial onde o detetive é um gênio e as evidencias aparecem simplesmente aos seus olhos. Adoro os velhos Sherlock e Poirot, mas Lew Archer é totalmente o contrário desses mestres da investigação. Archer é um detetive mal humorado, cansado e mal remunerado. Mas é um personagem que nos cativa logo nas primeiras ações  pois ele representa o lado humano e vive em meio a escuridão e os perigos da cidade. Podemos dizer que ele é um detetive underground (protagonista de dezoito romances). O inimigo imediato é um livro de ação tensa, um pouco complexo devido ao grande número de personagens e fatos, mas totalmente cativante e acima de tudo uma trama sobre a sociedade cruel da época em que vive. Resumindo, uma excelente leitura.

Pra Ler e Ouvir #2

Pra Ler:

Quebra de Confiança (Harlan Coben)
 
¨Myron se virou para encara-lo. Estavam separados por uns dois metros. Atrás de Myron ficava uma parede. Não havia rota de fuga. A janela mais próxima estava a pelo menos quatro metros do chão. Ele não tinha espaço para se mexer.
O do chapéu levantou a arma até que ele encarasse Myron. Myron não piscou. Olhou nos olhos do cara de chapéu.
E então eles sumiram. Os olhos do cara do chapéu sumiram. Junto com metade da cabeça.
A bala havia arrebentado o cranio, rachando a cabeça como se fosse um coco.¨


Pra Ouvir:

Gravity (Redneck Redemption)




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pra Ler e Ouvir #1

Pra Ler:
O Último Reino (Bernard Cornwell) 


Pra Ouvir:
The Last Man (Clint Mansell)



Depois Que o Livro Se Fecha...O Último Reino (Bernard Cornwell)


O Último Reino é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. Nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX, Uthred é capturado e adotado por um dinamarquês. Nas gélidas planícies do norte, ele aprende o modo de vida viking. No entanto, seu destino está indissoluvelmente ligado a Alfred, rei de Wessex, e às lutas entre ingleses e dinamarqueses e entre cristãos e pagãos.

Minha Opinião De Merda:

Minha primeira incursão na literatura de Bernard Cornwell não poderia ter sido melhor do que com O Ultimo Reino, primeiro volume da Serie Crônicas Saxônicas. Cornwell não é considerado um dos melhores escritores de ficção histórica por acaso, e a forma como ele consegue conduzir a linha narrativa, misturando dezenas de personagens sem perder o fio condutor, e ainda dando certa profundidade aos mesmos é espetacular. Já li em muitas resenhas que poucos conseguem descrever cenas de batalha como Cornwell, e pude comprovar que de fato isso é verdade, durante a leitura você fica tão submerso nas situações, que praticamente pode sentir-se guerreando numa parede de escudos, devido muito à narrativa extremamente dinâmica. Uma das coisas que mais me agradaram na historia foi à forma como a religião foi abordada, indo de um extremo a outro, de um lado os devotos cristãos, do outro os guerreiros pagãos, a fé funcionando como foco de motivação, direcionando cada peça desse imenso tabuleiro. Pra quem gosta muito de historia, principalmente o período pré-medieval, indicação máxima, uma incrível fusão de fatos históricos com uma trama intrincada e imprevisível.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Depois Que o Livro Se Fecha...A Escolha Dos Três (Stephen King)



"Com incansável imaginação, Stephen King dá continuidade à magistral saga épica A Torre Negra. "A Escolha dos Três", segundo volume da série, lança o protagonista Roland de Gilead em pleno século XX, à medida que ele se aproxima cada vez mais de sua preciosa Torre Negra, sede de todo o tempo e de todo o espaço. Um derradeiro confronto com o homem de preto revela a Roland, nas cartas de um baralho de tarô, aqueles que deverão ajudá-lo em sua busca pela Torre Negra: o Prisioneiro, a Dama das Sombras e a Morte. Para encontrá-los, o último pistoleiro precisará atravessar três intrigantes portas que se erguem na deserta e interminável praia do mar Ocidental. São portas que o levam a um mundo diferente do seu, em outro tempo, de onde ele deverá trazer seus escolhidos: Eddie Dean, um viciado em heroína; Odetta Holmes, uma bela jovem negra que perdeu as pernas em um medonho acidente e sofre de misteriosos lapsos de memória; e o terceiro escolhido, a Morte, que vai embaralhar mais uma vez o destino de todos. A primeira porta o leva à Nova York dos anos 1980 e a Eddie Dean. A segunda transporta o pistoleiro à mesma cidade, mas dessa vez na década de 1960. A Dama das Sombras que Roland encontra atrás dessa segunda porta é Odetta Holmes. Roland e Eddie não demoram a descobrir que a mente de Odetta abriga também a malévola Detta Walker, num evidente distúrbio de dupla personalidade. Com o terceiro escolhido, A Morte, as cartas tornam a se embaralhar e a busca de Roland pela Torre Negra sofre uma nova e imprevisível reviravolta."
  
Minha Opinião de Merda: 

Depois da penosa leitura que eu tive com O Pistoleiro, fui pego de surpresa por este segundo volume, que é quando Stephen King começa a por pra foder de verdade. Deixando de lado a estrutura confusa do primeiro livro, com todas aquelas inserções de flashbacks que me deixavam meio perdidos na historia. Desta vez a historia segue uma linha totalmente linear, sem rodeios, e é quando King começa a fazer o que sabe de melhor, desenvolver personagens, e coloca-los nas situações mais surreais que puder imaginar. Os diálogos são com certeza o ponto alto do livro. Com todo aquele humor negro típico de King sendo vomitado nas paginas á todo instante, fiquei totalmente submerso na historia. A introdução de Eddie Dean foi uma adição foda pra trama, por se tratar de um personagem muito maneiro, e que fez um contraponto excelente a Roland, revelando um pouco mais da cabeça desse obcecado e obstinado pistoleiro em busca da sua tão sonhada Torre Negra.  Enfim, esse livro me fez ficar empolgado e curioso com o que estar por vir nos próximos volumes...

Depois Que o Livro Se Fecha...Deuses Americanos (Neil Gaiman))



Após a morte de sua esposa em um acidente de carro, Shadow é liberado da prisão antes de cumprir totalmente sua pena. Perdido, acaba por conhecer um homem misterioso, chamado Wednesday, que será muito mais importante na vida de Shadow do que ele imagina. Na verdade, Wednesday é um antigo deus, certa vez conhecido por Odin, o Pai de Todos. Ele está percorrendo os Estados Unidos a fim de reunir seus companheiros esquecidos para uma batalha épica contra as divindades do mundo moderno: internet, televisão, cartões de crédito, telefone, rádio... Shadow aceita ajudar Wednesday, e eles se lançam a uma tempestade psicoespiritual que se torna demasiadamente real em suas manifestações. A esposa morta de Shadow, por exemplo, continua a aparecer, e não apenas como um espectro - a dificuldade de ambos em manter seu relacionamento se torna sombriamente engraçada, assim como o resto do livro.

¨A poesia por trás do esquecimento¨

Minha Opinião de Merda: Lendo Deuses americanos tive minha primeira experiência na cabeça de Neil Gaiman, cultuado escritor inglês, conhecido principalmente por ser o roteirista de Sandman. É inegável sua capacidade criativa, a ideia central do livro é excelente, mas o desenvolvimento dos personagens acabou sendo superficial de certa forma, principalmente o protagonista, conhecido pela alcunha de Shadow, que se mostrou ser desinteressante e até tedioso em alguns momentos. Mas tirando esse ponto negativo, gostei pra ¨caralho¨ da trama, e de vários conceitos levantados no livro, à ideia da substituição da religião pela tecnologia, o culto direcionado ao capitalismo, foram ótimas sacadas, e a forma como são descritas através de metáforas já vale a leitura. Uma coisa que geralmente me incomoda são textos com um ritmo um tanto quanto lento, o que acontece em Deuses Americanos, mas que nesse caso não chegou a ser um incomodo, e sim uma necessidade, já que a historia tem certo nível de complexidade, e uma quantidade gigantesca de informação. Enfim, o livro com certeza vale a indicação, porque a historia é bem foda...

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dormir Acordado

Caminhando na sombra daquele que te alimenta
Com impulsos de um prazer artificial
Sendo contaminado com ideias de submissão

Acorde, pois tudo esta ruindo
O caos não vem apenas com sangue e violência
Ele transcende, com palavras convictas e rostos bonitos

Minha raiva continua queimando com base na duvida
Desconstruindo enigmas que mais se parecem com um romance russo
Liberto de uma visão nebulosa, me proponho com palavras
Á tocar algumas mentes que carregam uma insatisfação adormecida

sábado, 10 de novembro de 2012

Malditos animais

A sociedade em sua humanidade
Destrói, humilha e perverte.
No final de tudo sorri
E finge que se arrependeu.
Mas, agora é tarde,
Pois algo belo já foi destruído.

Humanidade...
Ainda tem coragem para procurar
A divindade e a paz eterna...
Tenha dó de nós...
Malditos animais.

Depois que o livro se fecha... Atire no pianista (David Goodis)

 Encontrei David Goodis por acaso em um sebo a caminho do trabalho num dia quente e chato como todos os outros. Gosto de conhecer autores que não estão nas mas mãos da maioria das pessoas no metrô, não costumo seguir as modinhas literárias, gosto de garimpar, e encontro jóias raras como esta.

Na minha opinião de merda...
   Literatura noir, foi o que um amigo disse sobre Goodis. "Atire no pianista" é uma leitura rápida e sem rodeios, a trama não é complexa, pelo contrário é muito simples e foi isso que eu mais gostei. Eddie, o pianista, é o personagem principal. É um cara simples, humilde mas que esconde um passado negro e perturbado dentro de si e que a cada paragrafo esperamos que se mostre e toque o terror. Isso é oque prende o leitor, pois não temos a expectativa de chegar ao final da estória e sim de chegar a próxima página, o próximo dialogo... Assim chegamos ao fim sem se dar conta. Não esperem por final feliz, Goodis retrata o cotidiano das classes baixas, dos proletários e daqueles que sabem que não existe finais felizes, somente um dia apos o outro que é igual ao anterior. Noir... isso é literatura e Goodis é um mestre.                                              

Não posso ...

Não posso fazer o que quero,
O que quero é o que eu sonho
E o que sonho me é proibido.

Aprendi que sonhos
São bens materiais e
Buscar a felicidade é pura fantasia.

Então, já que não posso fazer o que quero,
Aquilo que faço por obrigação
Faço mal feito...
E faço errado por que quero. RSRSRSRS

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quem é o idiota?

   Sabem todas aquelas piadas de português que rachamos o bico. Aquelas em que insinuamos que os portugueses são burros, e aquela sobre os nordestinos, sobre os gaúchos, e aquelas hilárias sobre os japoneses de que o piu-piu deles é pequenininhho, sobre os paulistas estressados e puxa saco, e os cariocas malandros que tiram vantagem de tudo... Pois bem, sabem qual é a graça? Bem a graça é que nós brasileiros, um povo alegre e acolhedor, não sabemos fazer outra coisa a não ser apelar para a piada. Os políticos roubam e nós fazemos piadas, os portugueses evitam termos americanizados e dão valor a sua língua e sua história, a seca mata crianças e nós fazemos piada com o nordestino, os gaúchos defendem seu hino e seu estado e nós fazemos insinuações baixas e os chamamos de separatistas, os japoneses são os primeiros em tecnolgia, mas e daí? Nosso piu-piu é maior! Pois é, nossa educação pública, saúde e segurança são comparáveis a de países miseráveis, nossa cultura pop é praticamente toda importada, e nosso "país é um país de todos", onde cada vez mais dividimos espaço com estrangeiros que indireta ou diretamente nos forçam a trabalhar para eles, enquanto discriminamos nosso próprio povo, enquanto nos filiamos a torcidas organizadas e vamos ao aeroporto xingar os jogadores, enquanto enfrentamos transportes desumanos e aceitamos tudo calados, sabem por quê? Por que a educação que recebemos não nos instrui o suficiente para reclamarmos nossos direitos, porque o povo nasceu para enriquecer os ricos, afinal a vida é assim mesmo não é?! No final, só conseguimos fazer piada atrás de piada, e o pior é que pensamos estar rindo dos outros enquantos rimos de nós mesmo enquanto assistimos a Zorra Total na Rede Esgoto de Televisão. Sabem quem é o idiota? sou eu, você e o povo...

domingo, 16 de setembro de 2012

Depois Que o Livro Se Fecha... Recordações da casa dos mortos ( F. Dostoiévski)

   Recordações da casa dos mortos representa o início da fase madura de Dostoiévski. É uma obra mais vivida do que imaginada. Foi escrita após ser preso e deportado para a Sibéria acusado de conspiração contra o Czar. Durante quatro anos Dostoiévsk viveu na "casa dos mortos", onde ladrões, assassinos e presos políticos (nobres) viviam no mesmo espaço.




Minha Opinião de Merda:
   Não sou critico literário, apenas apaixonado e viciado nas loucas viagens que esses papéis e tinta me proporcionam. Aliás, odeio toda forma critica que diminua um trabalho cultural de alguém. E claro, só um idiota se atreveria a falar mau do Dostão.
   Bem... Então vamos nessa! Alexandr Petrovicth, é um ex-nobre consciente de seu papel de preso, acusado por um crime que por alto seria o de ter assassinado sua esposa, mas em que momento nenhum o próprio personagem relata qual é o seu crime. Logo de início, Alexandr, em suas primeiras impressões, se surpreende, pois o presídio é o primeiro lugar em que vira quase duzentas pessoas alfabetizas juntas num mesmo local. Isso porque o presídio contava com presos politícos (nobres), militares e alguns civis alfabetizados.
   O presídio em alguns aspectos tem as mesmas caracteristicas que vemos em filmes e jornais, como presos separados por classes, raças, crenças e nacionalidades, suborno a guardas, contrabandos e claro uma força opressora de comando. Mas quando analisamos outros aspectos peculiares, lembramos que estamos na Sibéria em 1842. Os presos são acorrentados nas mãos e pés durante toda sua vida na prisão; eles não ficam em selas e sim em alojamentos; possuem animais de trabalho e até de estimação que chegam por vontade própria; e saem do presídio para realizar trabalhos forçados ou mesmo oficios que aprendem na prisão. A todo momento nos surpreendemos com a narrativa sobre o cotidiano e os locais onde os presos vivem e como vivem. Esse é um dos pontos que mais gostei na obra.
  Quanto ao personagem, Alexandr é praticamente um fantasma, vagueia pela prisão, apenas a observar, é curioso e atento e ao mesmo tempo consegue se manter longe dos presos "comuns" que se separam dos "nobres". Para mim, o mais fascinante na obra é que ela não se baseia na vida de Alexandr, que aliás não sabemos nada! E sim na vida anterior dos outros presos, Alexandr, quase sem esperança e angustiado tem a necessidade de conhecer a história dos outros. É quando percebemos a principal caracteristica de Dostoiévski, seus persogens são reais, o povo e os despercebidos são seus personagens e nos momentos de desespero, tristeza, raiva e raras alegrias partilhamos os mesmos sentimentos, pois nos sentimos próximos a eles.
   Pra encerrar, um livro ótimo e totalmente recomendável.

Depois Que o Livro Se Fecha...O Pistoleiro (Stephen King)

Este livro é o primeiro dos sete volumes de série A Torre Negra, obra mais ambiciosa do escritor Stephen King. "O Pistoleiro" apresenta ao leitor o fascinante personagem de Roland Deschain, último descendente do clã de Gilead, e derradeiro representante de uma linhagem de implacáveis pistoleiros desaparecida desde que o Mundo Médio onde viviam "seguiu adiante". Para evitar a completa destruição desse mundo já vazio e moribundo, Roland precisa alcançar a Torre Negra, eixo do qual depende todo o tempo e todo o espaço, e verdadeira obsessão para Roland, seu Cálice Sagrado, sua única razão de viver. O pistoleiro acredita que um misterioso personagem, a quem se refere como o homem de preto, conhece e pode revelar segredos capazes de ajudá- lo em sua busca pela Torre Negra, e por isso o persegue sem descanso.

Minha Opinião de Merda: A primeira coisa que você pensa quando esta lendo esse livro é: ¨Que porra ta acontecendo?¨. O texto é realmente confuso, Stephen king se utiliza de alguns flashbacks que deixam o leitor um pouco deslocado na historia, mas ao mesmo tempo gera uma grande dose de mistério, ao terminar o livro você se da conta de estar vivenciando um mundo de grandes possibilidades, e que fica ainda mais intensificado na parte derradeira, quando algumas explicações pseudo cientificas (com todo o sub texto envolvendo o conceito de tempo, e universo) são jogadas na cabeça de Roland. O desenvolvimento dos personagens nesse primeiro volume se da de uma forma um pouco rasa, principalmente o protagonista, em nenhum momento se sabe qual sua real motivação, ou o porque da sua busca pela torre negra. Mesma coisa o homem de preto, não se sabe ainda qual a real importância dele na trama, o que ele é, ou de onde veio. Entretanto vale ressaltar a densidade do universo criado, a sensação que se tem é de estar embarcando em algo grandioso. Enfim, o livro deixa muitas perguntas e quase nenhuma resposta, logo é impossível analisa-lo como uma obra única, tem de se pensar nele apenas como uma leve explanação, um pequeno fragmento de uma obra épica.

sábado, 15 de setembro de 2012

Cão de Caça

Mantenho-me em seu rastro como um cão de caça
Alvejando encontrar qualquer resquício que te torne visível
De qualquer forma você se dilui em um lugar violento
Transformando amor em comunicação
Submerso em um filme escuro seu sorriso sincero é apenas tristeza
Escondida em metáforas que há torna indolor
A dois passos da lama você se pergunta
Há tempo para ser insignificante?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Nova Pele

Há uma milha de distancia você vai me ver
E então irá sorrir
Esperando alcançar nossa utopia
Em drogas escondidas
Eu vou como fragmento de um vício
Você vem como o oráculo de Delfos
Distanciando-se do veneno como um ladrão coronário
Não pense nem hesite
Encontre o salvador de vestes sujas
Remonte outra vez um circulo perfeito
Infecte minha ferida aberta
Recrie uma nova pele para nós

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Conversas Mortas

Deslocado na curva das conversas mortas
Todas as vozes que me entediam
Mantido envolto no espectro da misantropia
Descanso minha química e me sinto bem
Em estado comatoso me mantenho distante
Impregnado com uma mascara de feições superficiais
Carne e ossos se definem no espelho
Não se enxerga a essência na ponta de um precipício

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Relógio Quebrado

Mais um dia, o que vivo hoje, vivi ontem e vou viver amanhã, o plano fisico rouba todo o tempo de mim, preso nos alicerces da estrutura institucional, adormecido nos ponteiros de um relógio quebrado, a esquizofrenia latente é o que mantém fragmentos de idéias pulsando no DNA de minha personalidade.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Despertar

Numa tarde, o homem que nunca passava despercebido, se tornou invisível, e percebeu que o sorriso cínico que carregava consigo, não era mais a chave que abriria passagens tortuosas no intimo das pessoas que conquistava, estava agora na vanguarda de novas idéias, alcançando o entendimento nas dobras das palavras, a melancolia que a tanto renegava, se tornou parte visceral de seu inconsciente, não precisava mais aderir a enxurrada de trivialidades maçantes das convenções sociais, superficialidades já não sobrepunham sua perspectiva, através da exaustão, passou a enxergar além dos tecidos finos da realidade.

Gritos Insanos

Vamos à forra, sem limites para os devaneios de nossas mentes
Vamos beber e rir até não nos aguentarmos mais
Vamos conversar sobre filmes e violência
Vamos discutir valores morais chapados de moloko
Vamos filosofar sobre a depressão que são as nossas vidas
Vamos olhar para trás e relembrar as insanidades ideológicas que nossa ignorância nos permitia imaginar
E vamos finalmente berrar e expressar toda efervescência entorpecida de nossas almas inquietas