domingo, 31 de março de 2013

Depois Que O Livro Se Fecha... Fidel e a Religião - Conversas Com Frei Betto (Frei Betto)



Frei Betto acabava de ser jurado do prêmio literário da Casa de las Américas e foi convidado a uma coversa privada com Castro. Durante 23 horas Fidel Castro concedeu uma entrevista a Frei Betto em um hotel em Cuba. O livro foi escrito em 1985, quando a questão religiosa era um tema muito discutido devido aos assassinatos de religiosos que se opunham as ditaduras nas ultimas décadas. O livro ao todo é uma grande entrevista, onde Fidel narra sua própria biografia e claro discute assuntos religiosos com Frei Betto.





Na Minha Opinião de Merda... É um livro em que acompanhamos um conversa entre Betto e Castro, que corre de uma forma amigavél, onde parece que os dois são amigos de tempos. O livro contém 379 páginas mas parece que estamos sentados alo lado dos dois apenas ouvindo atentamente essa conversa e nem percebemos as páginas virando. Não quero expor minhas visões politicas, pois eu mesmo não as enxergo direito, mas o que posso dizer é que é na minha opinião é um dos melhores livros que já li e que espero reler.

Depois Que O Livro Se Fecha... A Luta Dos Pracinhas (Joel Silveira 1918 - 2007 / Thassilo Mitke)


   O que a droga da escola ensina sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial? Porra nenhuma... Mas esse livro (mais um perdidão no sebo do bairro) me ensinou tudo o que eu e a maioria dos brasileiros não sabia, o Brasil teve uma importante participação na 2.a Guerra. Quem nos ensina isso são os correspondente de guerra Joel e Thassilo, que relatam tudo o que viram enquanto estiveram lado a lado dos soldados da FEB desde o desembarque na Itália em setembro de 1944, o frio assassino, batalhas sangrentas, a rendição do famoso Monte Castelo até a rendição de uma divisão Panzer alemã inteira e uma outra remanescente italiana e o fim da guerra em maio de 1945. Uma obra envolvente, sincera e muito bem narrada.







Na Minha Opinião De Merda...  É uma obra maravilhosa, pois, como eu já disse a porra da escola não ensina porra nenhuma sobre o Brasil na 2.a Guerra. E graças aos autores que estiveram no front, podemos saber como foi importante a participação do nosso país. O livro é ricamente ilustrado, a leitura é envolvente  mas não é nenhum pouco apelativa ao patriotismo, é uma obra jornalistica, mas escrita de forma impecável e que deve ser consultada e relida. Antes de jogarmos Medal of Honor ou se emocionar com o Resgate do Soldado Ryan, deveríamos ler esse livro, pois a nossa história nessa guerra de merda não fica nenhum pouco atrás da história dos outros países. Não sou patriota, muito menos nacionalista mas não custa nada aprendermos um pouco sobre nós mesmos antes de aprender sobre os outros. 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Pra Ler e Ouvir #4

 PRA LER:

David Goodis   

                        

"No começo, eu queria escrever de modo solene e só abordar os grandes problemas, mas logo aprendi que o problema mais importante era comer, então eu me conformei em escrever o que os editores queriam"












PRA OUVIR:

Johnny Cash (Hurt)  




Depois que o livro se fecha... Dicionário de Nomes, Termos e Conceitos Históricos (Antonio Carlos do Amaral Azevedo)


Bem... Não é mais um livro que terminei, mas como nesse blog publicamos obras de história e filosofia, decidi postar sobre este dicionário de que é indispensável para qualquer leitura que envolva história e suas disciplinas auxiliares. Foi o primeiro escrito e montado por um brasileiro. Este que apresento é a 1.a edição, comprei em um sebo do bairro. Contém 1320 verbetes, mas já é possível encontrar a 4.a edição com 1400 verbetes. 








Na Minha Opinião de Merda: É ótimo para ler livros de história, filosofia, sociologia e até mesmo jornais ou qualquer tipo de leitura que envolva termos e conceitos históricos. Ótimo!!!

Depois que o livro se fecha... História da Riqueza do Homem(Leo Huberman 1903 - 1968)

 Leo Huberman, era um jornalista estadunidense, jornalista militante e escritor marxista. Essa é a sua obra mais conhecida. No Brasil já foram lançadas 22 edições. Esta que apresento é a 21.a. Este livro pode ser considerado tanto uma obra de história quanto de economia, pois tem duplo objetivo. O de explicar a história pela economia e a economia pela história. Quando falamos em história e economia, já nos dá aquela impressão de que se trata de uma coisa chata, monótoma e entediante, ainda mais quando vemos 312 páginas pela frente... Mas, não, pode ser considerado um daqueles livros que parece que embarcamos em uma viagem de trem onde viajamos através do tempo e nem percebemos as páginas virando. Embarcamos na Idade Média para entendermos como surgiram as instituições econômicas, doutrinas, estruturas sociais, como se desenvolveram e como se modificaram e desembarcamos em 1936, ano em que foi escrito e quando Leo já prenunciava a Segunda Grande Guerra. Um livro que aborda termos complexos de forma clara e até bem humorada da primeira até a ultima página.




Na Minha Opinião de Merda:É simplesmente uma obra fascinante, clara, objetiva, divertida em algumas horas e chocante em outras. Em algumas partes da pra perceber claramente a posição marxista do autor e seu desprezo pelo capitalismo e suas chaminés podres, mas não influi de forma alguma no contexto histórico da obra. O que mais gostei no livro é que o autor usa trechos de documentos, citações de personagens que viram pessoalmente os acontecimentos, desde reis, nobres, clérigos  cavaleiros e até mesmo camponeses que não tinham voz na Idade das Trevas. O que não gostei é que o livro se fechou... Totalmente recomendável para qualquer tipo leitor que goste de temas não-fictícios. O foda é que a 22.a edição (atual) está muito cara, de 50 a 80 reais, eu como qualquer proleta, não cago dinheiro,então preferi comprar pelo estante virtual, por isso apresentei a 21.a edição, paguei apenas 15 conto, o livro está ótimo. E esse governo F.D.P. diz que cultura é para todos, pode até ser desde que se possa pagar!


quarta-feira, 27 de março de 2013

Depois Que o Livro Se Fecha... Os viúvos (Mario Prata)

Os viúvos traz uma nova aventura do detetive Ugo Fioravanti e seu fiel companheiro Darwin Matarazzo na bela ilha de Florianópolis. Desta vez, o ex-policial federal e agora detetive particular, Fioravanti, terá que desvendar dois sequestros, encontrar uma mulher a pedido do príncipe de Dubai e descobrir quem é o louco remetente E.R.N., que lhe envia e-mails com desabafos sobre sua vida tediosa, seus problemas com a Receita Federal e com avisos dos vários crimes que cometerá. Será que os acontecimentos e os e-mails misteriosos têm alguma ligação? Quem é, afnal de contas, esse tal E.R.N.? Além da tumultuada rotina de uma investigação criminal, Fiora ainda precisa lidar com um triângulo amoroso envolvendo uma ex-namorada e sua filha e resolver os problemas matrimoniais de Darwin, seu assistente.


Na Minha Opinião de Merda: Tenho que dizer que fui surpreendido por este livro, nunca fui muito de ler literatura nacional, até por ter um certo trauma da época de colégio, quando as únicas coisas que nos eram apresentadas eram livros de Machado de Assis e afins (não querendo criticar os clássicos nacionais mas um garoto de quatorze, quinze anos, com hormônios saindo pelas orelhas jamais vai conseguir ler ou quiçá absorver alguma coisa de obras tão complexas em sua linguagem) e me dedicava a ler as estórias de Sir Arthur Conan Doyle, que eram muito mais divertidas e prendiam muito mais a minha atenção. Mas ao iniciar a leitura de ¨Os Víuvos¨ descobri que SIM, existem escritores contando estórias maneiras em território nacional, e trazendo uma estrutura narrativa muito dinâmica, a leitura flui que é uma maravilha, livro extremamente engraçado, passei a maior parte do tempo rachando o bico, com as mais absurdas situações. Os dois personagens principais são muito fodas, tanto o detetive comedor e boca suja Fioravanti, quanto seu braço direito meio loser Darwin Matarazzo, os caras são hilariantes, explorando a mais pura tragicomédia. Algo que ficou do caralho no livro são as varias referencias que o autor inseriu durante a narrativa, referencias que vão de Dashiell Hammet, Raymond Chandler até o escritor cubano Leonardo Padura Fuentes, do qual Mario Prata utilizou um trecho de seu livro Ventos de Quaresma, que eu achei muito bom, e concerteza irei correr atrás dos livros deste camarada. Dito isto, uma das minhas melhores leituras deste ano, vou buscar outros livros do Mario Prata, porque o estilo sujo de escrita do cara me agrada muito...

Depois Que o Livro Se Fecha... Eu, Robô (Isaac Asimov)

Clássico de ficção cientifica, Eu, Robô é dividido em nove contos diferentes, mas interligados; em todos eles a robôpsicóloga Susan Calvin conta a história para um repórter. Os contos mostram a evolução dos robôs em uma sociedade fictícia do futuro, desde os primeiros robôs não falantes, até a máquina controladora do mundo. Percebe-se o homem tornando-se obsoleto e escravo da própria criação.










Na Minha Opinião de Merda: Classicaço da Ficção cientifica, Asimov utiliza todo seu poder de criação para dar vida a situações totalmente imaginativas calcados na sua mais famosa criação, as três leis da robótica. Ao contrário do que é mostrado naquela porcaria de filme com o Will Smith, que desvirtuou muito dos conceitos abordados nos contos (porra! não existe policiais dando tiros de escopeta nas historias de Asimov), um problema é sempre proposto e os personagens são sempre obrigados a pensar, dialogar, queimar os neurônios até encontrarem a solução baseando-se sempre em cima das três leis da robótica, o que seria algo que de certa forma poderiam limitar suas idéias, mas que na verdade acabou por forçar resoluções muito mais inteligentes e criativas. Se você é um aficcionado por ficção científica e ainda não leu uma das obras mais importantes de Asimov, o que ta fazendo aqui ainda seu maluco...

Depois Que o Livro Se Fecha... O Cavaleiro da Morte (Bernard Cornwell)

"O Cavaleiro da Morte" é um belíssimo relato de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. O livro começa no dia seguinte aos eventos de O último reino, primeiro volume da série.
São tempos terríveis para os saxões. Derrotados pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em Æthelingæg, a região a que ficou reduzido o reino de Alfredo. Aí, encobertos pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se reagruparem, e encontrarem mais apoio.
Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas uma ambição: conquistar Wessex. Quando atacam em uma escuridão impiedosa, Uhtred se vê surpreendentemente do lado de Alfredo. Aliados improváveis: um rei cristão devoto e um pagão que vive da espada. Alfredo é um erudito; Uhtred, um guerreiro cheio de arrogância. No entanto, a desconfortável aliança é forjada e os conduzirá dos pântanos para a colina íngreme, onde o último exército saxão lutará pela existência da Inglaterra.

Na Minha Opinião De Merda: Incrível continuação de O Ultimo reino, Cornwell é foda, explodiu minha cabeça mais uma vez neste romance, que desta vez trouxe muito mais ação, honra (ou não), sangue e morte. O pior dos livros do Cornwell é que ele cria personagens tão maneiros, que você acaba se apegando a boa parte deles, e quando você menos espera, é espada no peito, machado na cabeça e um abraço, o personagem encerra sua trajetória sem que nem ao menos você esteja preparado pra isso. Nesse volume acabaram rolando alianças que eu não imaginava que podiam acontecer, e que acabou tornando as coisas bastante interessantes, mesmo Uthred ainda naquelas de não saber com certeza a quem jurar lealdade, se a seu amigo e dinamarquês Ragnar, á quem considera como um irmão, ou ao rei Alfredo á quem já deixou explicito seu ódio, mas que no momento é a ultima resistência da Inglaterra ao domínio dinamarquês. Muitas cabeças rolaram, e Uthred vem se mostrando um puta guerreiro, sangue na bola dos olhos, e foi um personagem muito bem trabalhado nesse livro, sendo explorada algumas facetas legais, como sua curta carreira como viking, saqueando, criando alianças com o inimigo entre outras barbáries. Dito isto, essa tem sido a melhor serie que eu tenho acompanhado, logo, voltarei a acompanhar as batalhas e as paredes de escudos em breve.

Depois Que o Livro Se Fecha... As Terras Devastadas (Stephen King)

 O Terceiro volume da saga "A Torre Negra", Roland, o último pistoleiro, se aproxima ainda mais da Torre Negra de seus sonhos e pesadelos - Atravessando um deserto amaldiçoado em um mundo macabro que é uma imagem distorcida do nosso próprio mundo.













Na Minha Opinião De Merda: Partindo de uma das premissas mais importantes da obra anterior, quando Roland acaba por alterar a linha de tempo continuo, criando duas realidades distintas, se desenvolve então a primeira parte do livro, centrada nos delírios que Roland e Jake passam a sofrer, quase que sucumbindo por completo a loucura que se apoderou de ambos, tendo que conviverem com lembranças de duas vidas, duvidando de que uma delas nem sequer tenha existido. Essa primeira metade acabou me incomodando um pouco devido ao ritmo truncado, a historia acaba levando um certo tempo pra deslanchar. Mas resolvido esse plote inicial a trama passa a se desenvolver de forma muito mais fácil e interessante, jogando os personagens numa aventura frenética em determinado momento do livro. Algumas passagens muito fodas acabaram rolando nesse volume, como a chegada de Roland e sua trupe a uma certa cidade fantasma, a introdução do personagem OI uma especie de cachorro trapalhão, que gera alguns trechos bem engraçados, mas que também tem uma participação decisiva na parte final da historia. Outra coisa bem legal também foi a aparição de um vilão Badass Motherfucker, que é um cara sinistro e que rende uma das passagens mais legais do livro. Enfim, King traz novamente mais perguntas do que respostas (ta parecendo Lost essa porra) mas a curiosidade de saber que porras aconteceu naquele mundo continua batendo forte na cabeça, logo, a leitura dos próximos volumes continua...

sábado, 16 de março de 2013

Depois que o livro se fecha... A História Continua (Georges Duby - 1919-1996)




Georges Duby é um historiador francês entre os melhores historiadores do mundo. Iniciou sua carreira em 1942, em uma França ocupada pelos nazistas. Era um professor de história e geografia em uma escola local. Mas logo se enfiaria entre pergaminhos e textos para se tornar um dos maiores historiadores sobre a Idade Medieval. Durante sua carreira, Duby encontra outros grandes nomes como Marc bloch, Febvre, Braudel e muitos outros que o inspiraram e também se inspiraram nele. A História Continua é uma auto-biografia da vida profissional de Duby. Ele narra toda sua carreira, desde as dificuldades encontradas, sua dedicação pela Idade Medieval, seus erros cometidos e suas amizades, seus orientadores e seus orientados. Foi um dos primeiro historiadores a se preocupar com figuras da Idade Media que muitos se esquecem ou simplesmente ignoram. Pois, quem se preocupa em narrar a história dos camponeses  das mulheres, dos escravos? Os mesmo ficam escondidos atrás dos reis, cavaleiros, religiosos e heróis que narram a sua própria história quando os excluídos  são tão importantes para a construção da história quanto estes heróis.  Duby ressalta a importância de aliar a história a outra disciplinas para se livrar da fraca história positivista. Mas apesar de ser um especialista medieval, deixa bem claro que é impossível conhecer de fato o homem medieval, apenas podemos imaginá-los como sombras por trás de documentos.



Na minha opinião de merda...


   É uma obra maravilhosa, sincera e objetiva. O que mais gostei é que Duby fala diretamente com o leitor, com o historiador ou mesmo com o apaixonado por história. Dispenso meus comentários  e encerro com uma homenagem e com as palavras do próprio Duby: "Eu vou ficando por aqui. A história continua."