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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Depois Que O Livro se Fecha... Fábrica De Animais (Edward Bunker 1933 - 2005)




 Prisão Estadual de San Quentin, Califórnia, será a nova casa de Ron Decker, jovem, rico, bonito e preso por tráfico de drogas. Earl Copen, um veterano que praticamente não conhece a liberdade e a prisão e sua única realidade. Ron, presa fácil para maníacos e pervertidos e Earl um dos líderes da Irmandade Branca, tem muitas coisas em comum que darão vida a esta trama.









Na Minha Opinião De Merda... Somente alguém como Bunker, que viveu essa realidade, poderia descrever com tanta crueza a vida em San Quentin. Ron tem apenas dois anos até o juiz rever seu caso, e de forma alguma pode dar um passo em falso. Earl tem poucos anos até tentar uma possível condicional. Ron encontra em Earl e na Irmandade Branca (a pior gangue de brancos da prisão), uma forma de proteção e por outro lado Earl vê em Ron uma amizade que ele nunca conheceu, algo praticamente impossível na cadeia. quando as coisas parecem estar dando certo para os dois, uma tentativa de assassinato envolvendo ambos, pode por tudo a perder e acrescentar muitos anos de pena para Ron e o resto da vida para Earl. No geral é um livro de poucos acontecimentos, mas de uma narrativa tão fluente que prende a atenção e causa certo choque ao mesmo tempo. Os personagens são incríveis e bem desenvolvidos apesar de suas poucas ações, e cada pausa que se faz é acompanhada de um momento de reflexão. Mas é importante dizer que até a metade do livro eu lhe dava nota 6, da metade até o final nota 8, mas no último parágrafo fui obrigado a dar nota 10 por todo o livro, pois o final é tenso e surpreendente. Provavelmente vai demorar até eu encontrar linhas finais tão boas quanto as de "Fábrica De Animais", acreditem,  é de arrancar lágrimas.







"... O homem que deseja prevalecer onde quer que esteja, incluindo a prisão, caminha sobre a corda bamba e corre perigo"

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Depois Que O Livro Se Fecha... O Caminho Para Wigan Pier (George Orwell 1903 - 1950)


Na verdade esta bela obra é constituída de dois livros distintos entre si.  A primeira parte, mais descritiva e jornalistica, Orwell vivencia o dia a dia dos trabalhadores das minas de carvão na Inglaterra e no País de Gales. Ele foca a pobreza, e as duras condições desses trabalhadores, ele conhece as minas de perto, as residências dos mineradores e ouve seus relatos de como são tratados por seus patrões e pelo governo que parece ignorar sua existência, mas que depende profundamente do carvão. A segunda parte é um ensaio profundo, agudo e até mesmo humorado sobre a sociedade de classe na Inglaterra. Percebe-se claramente uma forte critíca ao capitalismo vigente e ao socialismo de bermuda e chinelo que se opõe ao primeiro, mas segundo Orwell é feito da maneira mais errada possível.








Na Minha Opinião De Merda... Jorjão ficou profundamente impressionado com o que viu, e eu também. Suas descrições da miséria, do cheiro e das condições de vida dos mineradores e das suas famílias atingem em cheio o leitor. Orwell simplesmente não observou essa realidade, ele pegou sua mala, lápis e papel e realmente viveu entre esses mineiros, ele entrou em diversas minas para fazer da sua obra autentica e verdadeira, ele fez o jornalismo verdadeiro e escreveu com a alma, coisa bem diferente do que vemos hoje, com repórteres explorando o sofrimento das pessoas ao mesmo tempo em que estão preocupados em como estão se saindo diante da câmera. A segunda parte é uma dura crítica em tom confessional sobre a estrutura social da Inglaterra e o preconceito de classes. Também faz críticas com uma boa dose de ironia aos socialistas ingleses cada vez mais distantes dos trabalhadores . O livro conta com boas ilustrações que melhoram ainda mais a obra. Para se tornar fã de Jorjão basta apenas ler uma única página desse grande autor.

Aqui fica uma pequena homenagem da Alice Nas Correntes à um dos nossos heróis:




"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade"

George Orwell


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Depois Que o Livro Se Fecha... Sobrevivente (Chuck Palahniuk)

Ele tinha tudo para dar certo. Mas resolveu que iria seqüestrar um avião e... se matar. Com a mesma agilidade e inteligência do "Clube da Luta", Chuck Palahniuk dispara seu tiro certeiro neste "Sobrevivente". O alvo? As instituições decadentes do sistema capitalista e a mesmice do cotidiano da vida moderna. E nem os desesperados merecem perdão. Como diz o personagem principal Tender Branson à garota ao telefone, "se mate!"

Minha Opinião de Merda:  


Mais uma vez Chuck Palahniuk explode minha cabeça, me levando numa viagem sem volta nos fluxos de pensamento de Tender Branson, um fodido que não sabe o que fazer com sua vida, mas que acaba se tornando um líder religioso por conta da ambição de terceiros. Chuck mais uma vez cospe toda sua acida critica ao modo de vida americano, a indústria do consumo e a religião, mas sem se ater a questões espirituais, e sim a estrutura criada para manipular as pessoas sob um falso pretexto espiritual. Humor negro, ironia, sarcasmo, recheiam as paginas do livro com uma lucidez psicopática, como se isso fizesse sentido de alguma forma. Ter a percepção por trás dos olhos do anti-cristo superstar, funcionário escravo Tender Branson, é algo único, Palahniuk é mestre em seu estilo narrativo, rápido e certeiro, fazendo com que cada neurônio do seu cérebro fervilhe, plantando pequenas sementes de insatisfação, nos fazendo enxergar a  lama na qual nos rastejamos...