sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Anestesia



Arrastando-se com melodias desafinadas, eu descrevo sua queda
Num espaço vazio somos iguais, logo não somos nada
Com contornos de arrogância, você faz questão de dizer
Que seu mundo me absorveu em toda minha essência

Cada fonema que sai da sua boca me deixa doente
Alivie a pressão com uma dose de Valium por favor
Durante todo esse tempo estivemos construindo em um espaço vazio
Somos arquitetos de ideias, abençoando animais infectados

Conte até três e tudo ficará bem
Você já está inserido em um ideal
Seus sonhos serão calmos agora
Um sorriso e um aperto de mão, sim, estamos evoluindo...


Depois Que o Livro Se Fecha...Quebra de Confiança (Harlan Coben)


   No primeiro caso de Myron Bolitar, Harlan Coben nos faz mergulhar na indústria do sexo e nos negócios escusos por trás da contratação de grandes atletas. Este é um momento importante na carreira de Myron Bolitar. Depois de agenciar alguns atletas pouco conhecidos, ele agora é o empresário de Christian Steele, a maior promessa do futebol americano de todos os tempos. Talentoso, bonito, centrado e carismático, tudo indica que o rapaz também poderá arrematar milhões em contratos de publicidade.
    Mas, ao mesmo tempo que vive o auge na carreira, Christian enfrenta um drama na vida pessoal. Um ano e meio atrás, sua noiva, Kathy Culver, desapareceu subitamente e, exceto pelos fortes indícios de que tenha sofrido uma agressão sexual, a polícia não conseguiu descobrir nada sobre sua última noite no campus da Universidade Reston.
   Prestes a ser contratado em uma negociação que pode ser a maior de todos os tempos em sua categoria, Christian recebe o exemplar de uma revista que traz a foto de Kathy em um anúncio de disque sexo. Além disso, o caso acaba de ganhar mais um ingrediente de terror: três dias atrás, Adam Culver, pai dela, foi morto em um assalto bastante suspeito.
    Agora, com a ajuda de Win, seu melhor amigo, Myron tentará impedir que as notícias sobre a ex-noiva de Christian atrapalhem a carreira do rapaz e irá em busca da verdade – doa a quem doer.

Minha Opinião de Merda:

Acabei conhecendo os livros do Harlan Coben através do meu camarada Jefferson, que me emprestou sua copia de ¨Não Conte à Ninguém¨, um puta suspense policial, que chegou até a ganhar uma adaptação cinematografica, com o filme homônimo Frances de 2006 (excelente filme diga-se de passagem). Depois disso passei a correr atrás dos livros do cara, e acabei por adquirir esse, que eu nem sabia que se tratava do primeiro romance de uma serie trazendo o detetive Myron Bolitar. E puta que p... que personagem foda, um cara que não tem medo de dar porrada na hora que o bicho pega de verdade, abusando do tom de deboche e ironia sempre que desafiado, o que lhe rende alguns tapas na orelha em alguns momentos. Não posso esquecer de mencionar ainda um outro cara que é ainda mais foda que Myron, seu melhor amigo Win, que a primeira vista pode parecer um personagem insosso, mas acaba se revelando um cara bem violento, andando praticamente no limiar da psicopatia. Agora sobre a trama, Harlan sabe construir intrincadas linhas narrativas, trabalhando o mistério e o suspense de forma bastante competente, e com uma escrita até certo ponto bastante simples, com um texto rápido e dinâmico, e um ritmo muito regular, a historia não fica maçante em nenhum momento, a leitura flui muito fácil, o que te deixa sempre muito submerso no mundo daqueles personagens. Enfim, pra quem curte suspenses policiais uma ótima pedida.

Pra Ler e Ouvir #3

Pra Ler:

 Charles Bukowski

¨Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar contente com o mundo. Gosto de estar em desacordo com tudo. As pessoas apaixonadas tornam-se muitas vezes susceptíveis, perigosas. Perdem o sentido da realidade. Perdem o sentido de humor. Tornam-se nervosas,psicóticas, chatas. Tornam-se, mesmo, assassinas.¨






Pra Ouvir:

Arctic Monkeys (R U Mine?)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Depois que o livro se fecha...O Inimigo Imediato (Ross Macdonald)



 O detetive particular Lew Archer, percorre toda a costa da Califórnia em busca de uma garota que fugiu com o namorado problemático.  Era para ser um serviço simples e até mesmo rotineiro, mas Archer não se contenta somente com o serviço feito, ele precisa se aprofundar nos fatos e invade a vida secreta de cada personagem. Mortes e mais mortes e vários suspeitos. Um romance policial fora do comum e pouco convencional em estilo econômico mas muito violento.

Na minha opinião de merda...

Mais um que encontrei garimpando em um sebo, e mais uma joia rara que dificilmente você vera nas mãos de alguém no metrô. No inicio achei que o livro seria mais uma obra de romance policial onde o detetive é um gênio e as evidencias aparecem simplesmente aos seus olhos. Adoro os velhos Sherlock e Poirot, mas Lew Archer é totalmente o contrário desses mestres da investigação. Archer é um detetive mal humorado, cansado e mal remunerado. Mas é um personagem que nos cativa logo nas primeiras ações  pois ele representa o lado humano e vive em meio a escuridão e os perigos da cidade. Podemos dizer que ele é um detetive underground (protagonista de dezoito romances). O inimigo imediato é um livro de ação tensa, um pouco complexo devido ao grande número de personagens e fatos, mas totalmente cativante e acima de tudo uma trama sobre a sociedade cruel da época em que vive. Resumindo, uma excelente leitura.

Pra Ler e Ouvir #2

Pra Ler:

Quebra de Confiança (Harlan Coben)
 
¨Myron se virou para encara-lo. Estavam separados por uns dois metros. Atrás de Myron ficava uma parede. Não havia rota de fuga. A janela mais próxima estava a pelo menos quatro metros do chão. Ele não tinha espaço para se mexer.
O do chapéu levantou a arma até que ele encarasse Myron. Myron não piscou. Olhou nos olhos do cara de chapéu.
E então eles sumiram. Os olhos do cara do chapéu sumiram. Junto com metade da cabeça.
A bala havia arrebentado o cranio, rachando a cabeça como se fosse um coco.¨


Pra Ouvir:

Gravity (Redneck Redemption)




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pra Ler e Ouvir #1

Pra Ler:
O Último Reino (Bernard Cornwell) 


Pra Ouvir:
The Last Man (Clint Mansell)



Depois Que o Livro Se Fecha...O Último Reino (Bernard Cornwell)


O Último Reino é o primeiro romance de uma série que contará a história de Alfredo, o Grande, e seus descendentes. Aqui, Cornwell reconstrói a saga do monarca que livrou o território britânico da fúria dos vikings. Pelos olhos do órfão Uthred, que aos 9 anos se tornou escravo dos guerreiros no norte, surge uma história de lealdades divididas, amor relutante e heroísmo desesperado. Nascido na aristocracia da Nortúmbria no século IX, Uthred é capturado e adotado por um dinamarquês. Nas gélidas planícies do norte, ele aprende o modo de vida viking. No entanto, seu destino está indissoluvelmente ligado a Alfred, rei de Wessex, e às lutas entre ingleses e dinamarqueses e entre cristãos e pagãos.

Minha Opinião De Merda:

Minha primeira incursão na literatura de Bernard Cornwell não poderia ter sido melhor do que com O Ultimo Reino, primeiro volume da Serie Crônicas Saxônicas. Cornwell não é considerado um dos melhores escritores de ficção histórica por acaso, e a forma como ele consegue conduzir a linha narrativa, misturando dezenas de personagens sem perder o fio condutor, e ainda dando certa profundidade aos mesmos é espetacular. Já li em muitas resenhas que poucos conseguem descrever cenas de batalha como Cornwell, e pude comprovar que de fato isso é verdade, durante a leitura você fica tão submerso nas situações, que praticamente pode sentir-se guerreando numa parede de escudos, devido muito à narrativa extremamente dinâmica. Uma das coisas que mais me agradaram na historia foi à forma como a religião foi abordada, indo de um extremo a outro, de um lado os devotos cristãos, do outro os guerreiros pagãos, a fé funcionando como foco de motivação, direcionando cada peça desse imenso tabuleiro. Pra quem gosta muito de historia, principalmente o período pré-medieval, indicação máxima, uma incrível fusão de fatos históricos com uma trama intrincada e imprevisível.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Depois Que o Livro Se Fecha...A Escolha Dos Três (Stephen King)



"Com incansável imaginação, Stephen King dá continuidade à magistral saga épica A Torre Negra. "A Escolha dos Três", segundo volume da série, lança o protagonista Roland de Gilead em pleno século XX, à medida que ele se aproxima cada vez mais de sua preciosa Torre Negra, sede de todo o tempo e de todo o espaço. Um derradeiro confronto com o homem de preto revela a Roland, nas cartas de um baralho de tarô, aqueles que deverão ajudá-lo em sua busca pela Torre Negra: o Prisioneiro, a Dama das Sombras e a Morte. Para encontrá-los, o último pistoleiro precisará atravessar três intrigantes portas que se erguem na deserta e interminável praia do mar Ocidental. São portas que o levam a um mundo diferente do seu, em outro tempo, de onde ele deverá trazer seus escolhidos: Eddie Dean, um viciado em heroína; Odetta Holmes, uma bela jovem negra que perdeu as pernas em um medonho acidente e sofre de misteriosos lapsos de memória; e o terceiro escolhido, a Morte, que vai embaralhar mais uma vez o destino de todos. A primeira porta o leva à Nova York dos anos 1980 e a Eddie Dean. A segunda transporta o pistoleiro à mesma cidade, mas dessa vez na década de 1960. A Dama das Sombras que Roland encontra atrás dessa segunda porta é Odetta Holmes. Roland e Eddie não demoram a descobrir que a mente de Odetta abriga também a malévola Detta Walker, num evidente distúrbio de dupla personalidade. Com o terceiro escolhido, A Morte, as cartas tornam a se embaralhar e a busca de Roland pela Torre Negra sofre uma nova e imprevisível reviravolta."
  
Minha Opinião de Merda: 

Depois da penosa leitura que eu tive com O Pistoleiro, fui pego de surpresa por este segundo volume, que é quando Stephen King começa a por pra foder de verdade. Deixando de lado a estrutura confusa do primeiro livro, com todas aquelas inserções de flashbacks que me deixavam meio perdidos na historia. Desta vez a historia segue uma linha totalmente linear, sem rodeios, e é quando King começa a fazer o que sabe de melhor, desenvolver personagens, e coloca-los nas situações mais surreais que puder imaginar. Os diálogos são com certeza o ponto alto do livro. Com todo aquele humor negro típico de King sendo vomitado nas paginas á todo instante, fiquei totalmente submerso na historia. A introdução de Eddie Dean foi uma adição foda pra trama, por se tratar de um personagem muito maneiro, e que fez um contraponto excelente a Roland, revelando um pouco mais da cabeça desse obcecado e obstinado pistoleiro em busca da sua tão sonhada Torre Negra.  Enfim, esse livro me fez ficar empolgado e curioso com o que estar por vir nos próximos volumes...

Depois Que o Livro Se Fecha...Deuses Americanos (Neil Gaiman))



Após a morte de sua esposa em um acidente de carro, Shadow é liberado da prisão antes de cumprir totalmente sua pena. Perdido, acaba por conhecer um homem misterioso, chamado Wednesday, que será muito mais importante na vida de Shadow do que ele imagina. Na verdade, Wednesday é um antigo deus, certa vez conhecido por Odin, o Pai de Todos. Ele está percorrendo os Estados Unidos a fim de reunir seus companheiros esquecidos para uma batalha épica contra as divindades do mundo moderno: internet, televisão, cartões de crédito, telefone, rádio... Shadow aceita ajudar Wednesday, e eles se lançam a uma tempestade psicoespiritual que se torna demasiadamente real em suas manifestações. A esposa morta de Shadow, por exemplo, continua a aparecer, e não apenas como um espectro - a dificuldade de ambos em manter seu relacionamento se torna sombriamente engraçada, assim como o resto do livro.

¨A poesia por trás do esquecimento¨

Minha Opinião de Merda: Lendo Deuses americanos tive minha primeira experiência na cabeça de Neil Gaiman, cultuado escritor inglês, conhecido principalmente por ser o roteirista de Sandman. É inegável sua capacidade criativa, a ideia central do livro é excelente, mas o desenvolvimento dos personagens acabou sendo superficial de certa forma, principalmente o protagonista, conhecido pela alcunha de Shadow, que se mostrou ser desinteressante e até tedioso em alguns momentos. Mas tirando esse ponto negativo, gostei pra ¨caralho¨ da trama, e de vários conceitos levantados no livro, à ideia da substituição da religião pela tecnologia, o culto direcionado ao capitalismo, foram ótimas sacadas, e a forma como são descritas através de metáforas já vale a leitura. Uma coisa que geralmente me incomoda são textos com um ritmo um tanto quanto lento, o que acontece em Deuses Americanos, mas que nesse caso não chegou a ser um incomodo, e sim uma necessidade, já que a historia tem certo nível de complexidade, e uma quantidade gigantesca de informação. Enfim, o livro com certeza vale a indicação, porque a historia é bem foda...