quarta-feira, 28 de maio de 2014

Quebrando meus preconceitos literários: Paulo Coelho

Por Jeff _JunKHead



Quando somos jovens achamos inocentemente que seremos jovens para sempre, vemos o mundo de forma diferente, vemos mais caminhos do que obstáculos. cara, como isso era bom. Eu imaginava que usaria camisas de banda e All Star até a velhice, imaginava que seria um revolucionário como o Che, imaginava que nunca iria me submeter ao sistema e imaginava que nunca, mas nunca mesmo iria ler algo como "Paulo Coelho", esse escritor de meia tigela que escreve para donas de casa e pessoas que gostam de livros de auto-ajuda. Bem... As coisas mudam, as pessoas mudam e eu mudei, e mudei muito. É claro que tudo que amamos na nossa adolescência nunca se perde, pelo contrário, guardamos com carinho e saudades algumas coisas e outras levamos para toda vida. Mas quando passamos dessa fase, aprendemos a "aprender", a abrir a cabeça para novas coisas e percebemos que não somos o centro do universo, aprendemos que o sistema é indestrutível, mas o mais importante de tudo é que aprendemos a amadurecer e com isso a quebrar certos preconceitos.

Sempre condenei Paulo Coelho como escritor, olhava torto para seu livros, e achava ridículo ver pessoas lendo seus livros no metrô. Certo dia ouvindo um Nerdcast que o entrevistava, eu vi que se tratava de um cara divertido pelo menos, mas eu parei e me perguntei: Mas qual o motivo dessa raiva? Não sei. Eu já li alguma obra dele? Não. E então concluí: Nossa que idiota que sou, não é esse preconceito sem motivos que vou ensinar para meu filho, de jeito nenhum.

Então, meio que por curiosidade, meio que por culpa, decidi ir até o Sebo do bairro e voltar com um livro do Coelho, que era "O Diário De Um Mago". Quando cheguei em casa e folhei o livro, vi uns exercícios que a primeira vista me pareceram muito sinistros. Liguei para meu camarada Thiago e disse exatamente assim: Nem fodendo vou ler essa porra, vou passar para alguém. Acabei não dando o livro e o estacionei na estante. Mas certo dia, antes de dormir, por impulso mesmo, peguei o livro e comecei a ler, bem decidido mesmo, e logo no começo vi que meu preconceito era baseado no que os "outros" falavam, e percebi o quanto eu estava sendo burro por não tirar minhas próprias conclusões e que provavelmente esses "outros" também se baseavam em palavras de outros e assim por diante.
Eu, "eu mesmo dessa vez" sempre acreditei que aprendemos muito com um livro, independente de qual obra ou autor, de ficção ou não, sempre que acabo um livro eu sinto que mudei um pouco e adquiri alguma coisa nova dos personagens e suas aventuras. Com " O Diário De Um Mago" não foi diferente, eu era uma pessoa quando minha imaginação começou a trilhar o caminho de Santiago com Paulo e Petrus, e eu era outra completamente diferente quando chegamos ao fim. Aprendi que um pouco dessa esperança juvenil e inocente, não faz mal nenhum e que vale apena resgatá-la de vez quando pra encarar esse mundão de merda. Vou deixar a resenha para depois, porque certamente, esse é um livro que vou reler e reaprender com ele durante minha jornada chamada vida. Tudo o que eu gostaria é dizer ao próprio Paulo Coelho: Mano, li seu livro e achei foda! Muito obrigado por escrevê-lo.


" A busca pela felicidade é pessoal, e não um modelo que possamos dar para os outros"
Petrus

Nenhum comentário:

Postar um comentário