sexta-feira, 24 de maio de 2013

Depois Que O Livro Se Fecha... Cântico De Natal / Os Carrilhões (Charles Dickens 1812 - 1870)


Charles Dickens é considerado um dos maiores escritores ingleses do século XIX. Suas obras são classificadas por alguns, como góticas, e que são geralmente ambientadas na Londres industrial de 1830-1850, mas o certo mesmo é que estão cheias de mistério, drama, e com um toque pessoal de sua vida que fica claro a quem conhece um pouco da sua história. Nesta edição trago dois breves contos maravilhosos: Cânticos de Natal (1843),onde Scrooge, um velho avarento que odeia o natal recebe a visita de três fantasmas do natal, passado, presente e futuro e o fazem repensar seus modos e sua visão de mundo. E Os Carrilhões (1845) onde o pobre Toby, trabalhador e humilde homem dos recados fica fascinado pelos sino de uma igreja, que irá lhe ensinar uma lição de vida. Dois belos contos repletos de mistérios e tragédias, onde nem sempre o bem supera o mal.
 










Na Minha Opinião De Merda... Quem se lembra daquele desenho do Tio Patinhas que passa todo natal, onde ele recebe a visitas de fantasmas... Blá blá blá... É isso mesmo, esse desenho é baseado na obra de Dickens Cânticos de Natal (Conto de Natal em outras edições), onde o velho Scrooge, rabugento, avarento  e grande desprezador do natal recebe a visita do fantasma de seu falecido sócio que tem o fardo de carregar pesadas correntes por toda eternidade e lhe mostra que fim leva as pessoas avarentas e ainda lhe avisa que ele receberá a visita de mais três fantasmas, o do passado, o do presente e o do futuro. Bem, a princípio conhecemos o lado ruim de Scrooge, que é realmente repugnante, mas ao decorrer da estória conhecemos seus triste passado e as mágoas que lhe transformaram em uma pessoa egoísta  mas que ainda pode recuperar sua humanidade. É uma estória triste de uma pessoa solitária sendo castigada pelo passado. Em Os Carrilhões, conhecemos o velho Toby, o homem dos recados, que passa dias e noites embaixo de neve e vento na frente de uma igreja a espera de recados que ele leva em troca de miseras moedas que servem somente a sua sobrevivência e de sua filha. Ele fica fascinado com os carrilhões da igreja (sinos) e passa a considera-los seus amigos e ouve mensagens em seus badalos. Ao ler um jornal e condenar a atitude de uma mãe que se mata e consigo sua filha, os duendes e espíritos dos carrilhões decidem lhe levar para o futuro e mostrá-lo as consequências que o amor à um  filho e o desespero de não encontrar nenhuma saída,  faz a pessoa chegar a extremos. Só que ao verem o velho Toby somente a se lamentar, o espírito de uma menina que ele conhece bem, decide mostrar à ele o futuro que  lhe espera. Ao final temos uma curta, mas bela biografia do autor. Enfim, duas grandes obras, personagens magníficos, a leitura é um pouco densa devido a época em que foi escrita, mas a narrativa flui muito bem. Totalmente indicado. Um dos poucos livros que ao final faz o leitor se perguntar: "o que você anda fazendo da sua vidinha?"



"... Uma pequena que vendia flores na porta de um teatro londrino. Ao saber da morte do romancista, a menina que se distraia em tristes noites de inverno com as suaves histórias de natal por ele engendradas perguntou angustiada: 'Morreu Dickens? E o Papai Noel, será que também morreu?'. Para ela, como para milhares de crianças, inglesas ou não, a imagem do escritor fundia-se com o próprio mito natalino."




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